Clássicos «modernizados»?

Já não é novidade que… existe uma nova «moda literária»: a revisitação de clássicos da literatura mundial e a incorporação – ou o «enxerto» – neles de elementos característicos da ficção científica e do fantástico. A «mania» começou no ano passado com a publicação de «Pride and Prejudice and Zombies» (que a Gailivro vai traduzir e lançar este ano em Portugal), e tem continuação em «Sense and Sensibility and Sea Monsters» e «Android Karenina» (este segundo a obra de Lev Tolstoy); num outro registo (policial, «thriller», e não FC & F), Jane Austen voltou a ser alvo de uma «modernização» em «Murder at Mansfield Park».
Como classificar esta tendência? Adulteração anódina? Homenagem hilariante? Variação vanguardista? O certo é que a «epidemia» já «contagiou» pelo menos uma pessoa em Portugal: Pedro Calvete, que decidiu colocar «qualquer coisa gótica na literatura romântica portuguesa», e o resultado foi «Viagens na Minha Terra com Vampiros». Estará Almeida Garrett a virar-se na sepultura? E o que se seguirá? «A Queda de um Anjo e de um Demónio» (Camilo Castelo Branco)? «O Cibercrime do Padre Amaro» (Eça de Queiroz)? «Quando os Lobisomens Uivam» (Aquilino Ribeiro)? «Charneca em Flor Carnívora» (Florbela Espanca)? «Manhã Submersa por Extra-Terrestres» (Vergílio Ferreira)?

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